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Filosofia Clínica, num relance

A Filosofia Clínica tem um jeito próprio de pensar, diferente. Traz para a terapia o olhar, os modos de compreensão e de entendimento das tradições filosóficas.  A sua  originalidade, no entanto,  é colocar a idéia de singularidade como central.  De onde tudo parte.  Cada pessoa é singular, diferente de cada uma das outras.

A Filosofia Clínica procura dar conta deste singular, com seu método e em seu pensamento. Essa é a mudança de paradigma. Não há uma noção de ser humano pré-estabelecida – sujeito, consciência, ego, dasein.  Cada um virá e será visto com o que lhe é próprio, em suas tonalidades afetivas, com aquilo que tem feito em sua história, em suas circunstancias. Com sua loucura, suas maneiras de lidar com o mundo, com a existência, com os outros, consigo. A sua impropriedade já é seu modo de ser autêntico.

 Cada vida pode ser vista como um fluxo de emoções, percepções e pensamentos. Às vezes contraditórios e muito diferentes entre si. Em cada um de nós em sua variância singular e com uma multiplicidade infinita entre as pessoas. Os movimentos às vezes são intensos, as mudanças imprevisíveis, com constância e tempos e modos de permanência muito diferentes. A terapia filosófica, a clínica existencial, se aproxima para cuidar. Um cuidado com muito cuidado. A partir de si, do(a) outro (a), à sua maneira, no seu ritmo.

A relação se dá entre essas 2 pessoas, que estão aí, em papéis distintos. Uma traz o assunto, algo a tratar, a outra se dispõe à escuta. Duas vidas se cruzam com uma marca própria, um sentido. Ou vários. Mas quem é que os define? Quase sempre quem a vem procurar. Ela é a artesã de seu des-tino.  A questão da singularidade é de respeito pela outra pessoa, é ética.

A Filosofia Clínica se faz entre.

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